Autor:Caio PorfÃrio Carneiro
"O estilo enxuto e sintético de Caio PorfÃrio Carneiro projeta densidade humana forçando o leitor participar da história, tornar-se cúmplice do destino dos personagens com sua feição sofrida. A intensidade que emerge do discurso feito com observações lúcidas sustenta certa atmosfera que evolui em seus ângulos crÃticos na medida em que a história caminha para o desfecho imprevisÃvel. O epÃlogo força qualquer um pensar sobre a complexidade do mistério da existência. Nestes contos não se vê a intenção do escritor em fixar tipos, linguagem, valores e costumes de determinada região, transpondo os elementos para o literário em seu espaço documental tÃpico. O contista não experimenta a linguagem, embora se mostre Ãntimo do território humano que projeta, pouco a pouco, no texto enxuto. Não chega a forçar em algum momento as emoções do seu fundo a sustentar o drama. A cumplicidade que emerge do leitor em torno de alguns dos personagens decorre da capacidade que tem Caio PorfÃrio Carneiro de alcançar sentimentos verdadeiros, que são de nós humanos, com nossas permanentes comoções. A matéria desses contos não é outra senão a criatura humana nos incidentes, encontros e desencontros da existência." (Cyro de Matos)