Autor:Ricardo Lucena Junior
O livro é um tapa na cara. Levanta questionamentos sobre a banalidade em que a palavra cidadania é usada. Ajudar um cadeirante no sinal de trânsito, comprando balas, não significa ser cidadão preocupado com as questões sociais. Os problemas enfrentados pela maioria dos homens passam a ser nada perto da vida desses guerreiros. Longo Caminho de Volta está na sua 22ª edição e já foi traduzido para o inglês, espanhol e francês. Com mais de 160 mil exemplares vendidos, o livro que aparentemente não tem nenhuma pretensão literária se revela muito bom. O livro é baseado na história real de Ricardo. Ricardo é um jovem carioca, que em uma noite têm a vida mudada completamente. Ele foi atropelado. Ao longo dos dias, Ricardo fica em pânico, já que não consegue se comunicar direito e está deitado em um leito de hospital sem mover-se. Ele está paraplégico, e vai ter que aprender a superar suas crises e principalmente conviver e combater o preconceito. E não é só ele que vai ter que aprender a lidar com a situação, a famÃlia também teve que se ajustar com Ricardo – gastar, arrumar boas clÃnicas, e tentar manter a situação sob controle. Não foi por estar em uma cadeira de rodas que Ricardo desistiu facilmente. Ele sempre recebeu a ajuda da famÃlia e dos amigos (pelo menos os que ficaram para ajudá-lo), e conseguia aos poucos entender o significado de ver o mundo por outros olhos. O que realmente torna uma pessoa deficiente? O fato de não andar? De não falar? Ou o fato do ser humano ser tão preconceituoso e imperdoável que não respeita os outros? O livro é realmente bom, chorei, dei muitas risadas e principalmente, tirei uma lição. Para um jovem de 18 anos, jogador de basquete, músico e galanteador, desistir de algumas coisas não foi fácil. Ricardo quase desistiu, mas ele sempre esteve firme na base!
